Smart Sampa é destaque no painel de segurança pública

A segurança pública na cidade de São Paulo ganhou um novo aliado poderoso: a tecnologia. O Smart Sampa, um dos programas mais inovadores da América Latina, está revolucionando a forma como a Capital lida com o combate ao crime, utilizando inteligência artificial (IA), câmeras de vigilância e integração de dados em tempo real para garantir a segurança dos cidadãos.

Durante o painel Segurança Pública Municipal: Tecnologia, Prevenção e Integração, realizado na tarde de quarta-feira (27) no 67º Congresso Estadual de Municípios, o secretário municipal dessa área, Orlando Morando, mostrou como essa iniciativa tem contribuído para a redução da criminalidade, destacando suas características exclusivas e os resultados já alcançados, como a prisão de mais de 1.700 foragidos e a proteção de 5.500 mulheres com medidas protetivas.

O Smart Sampa não é uma simples central de monitoramento, mas um sistema inovador que integra mais de 32 mil câmeras, das quais 12.700 são particulares, com o apoio de dados de diversos bancos de informações. O programa foi desenvolvido com o objetivo de conectar equipamentos em tempo real, possibilitando o rastreamento e a identificação de procurados, desaparecidos e veículos com registros de furto ou roubo.

Segundo o secretário, o diferencial do programa está na IA que processa e cruza dados em frações de segundos. “Hoje, nós vemos o rosto de todos que passam na rua. Se a imagem bate com algum procurado no banco de dados, o alerta é disparado automaticamente e a abordagem ocorre rapidamente”, explicou.

Morando também mencionou as melhorias que o Smart Sampa trouxe para a proteção das mulheres. Com o programa, mais de 5.500 mulheres que estão sob medidas protetivas têm acesso a um botão de pânico em seus celulares. Caso elas se vejam ameaçadas, a ativação do botão gera um alerta prioritário e Guarda Civil Metropolitana chega rapidamente ao local de risco.

Para o futuro, o secretário vê o programa como uma plataforma em constante evolução. “Estamos ampliando a integração com câmeras privadas e com outros serviços de inteligência, como a leitura facial em ônibus e o uso de câmeras nos transportes públicos para garantir que a cidade se torne ainda mais segura”, afirmou.

Alcides Fagotti Junior, secretário Adjunto de Segurança Pública da capital paulista, abordou os desafios administrativos e legais que surgem ao se integrar novas tecnologias na segurança pública, incluindo o respeito à privacidade e as questões relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Também agradeceu a parceria com o Ministério Público, Controladoria Geral do Município e Tribunal de Contas do Município, que ajudaram a garantir que esse sistema respeitasse as normas de privacidade e proteção de dados, sem comprometer a eficácia das ações de segurança.

“Os desafios são grandes, não apenas no que se refere à tecnologia, mas também na gestão e operação. A instalação de câmeras é apenas o começo. É preciso associar isso a protocolos eficientes e a uma integração real com os outros órgãos, como a Polícia Civil e a Guarda Civil Municipal”, alertou.

Ele afirmou, ainda, que o Smart Sampa pode ser uma ferramenta estratégica para os municípios paulistas, mas deixou claro que o modelo de investimento e infraestrutura deve ser adaptado à realidade de cada cidade.

O subprocurador-Geral de Justiça Criminal do Ministério Público de São Paulo, Ivan Francisco Pereira Agostinho, completou ao dizer que muitos prefeitos sonham em investir em soluções modernas, mas esbarram nas dificuldades básicas, como manter um equipamento funcionando ou contratar equipe especializada.

“Toda vez que um prefeito recebe, por exemplo, uma ambulância, ele sabe que não basta só aceitar. Vai precisar de motorista, manutenção, insumos, e muitas vezes o veículo acaba parado no pátio da prefeitura em pouco tempo. Com a segurança, é a mesma coisa”, exemplificou.

O representante do Ministério Público de São Paulo destacou que a segurança, que antes era quase exclusiva dos estados, agora também recai sobre as prefeituras, especialmente as maiores, que contam com guardas civis municipais estruturadas.

“A Guarda Civil é uma responsabilidade enorme. Não é só farda e viatura: é folha de pagamento, legislação específica, armamento, treinamento e, acima de tudo, responsabilidade jurídica. Um erro em uma ação pode gerar consequências civis, administrativas e penais para o município”, alertou.

Na avaliação de Agostinho, o uso de câmeras corporais, como já acontece com a Polícia Militar, deve ser expandido para as guardas municipais não apenas para coibir abusos, mas também para qualificar a produção de provas e proteger os próprios servidores públicos.

Serviço

67° Congresso Estadual de Municípios

De 26 a 28 de agosto de 2025

Endereço: Praça Charles Miller, s/n Pacaembu, São Paulo – SP

Realização: Associação Paulista de Municípios – APM

Apoio Institucional: Prefeitura de São Paulo, Governo do Estado e Mercado Livre Arena Pacaembu

Patrocínio Master: Loga e Comgás

Inscrições gratuitas e programação completa no site www.apaulista.org.br/67cem