Associação Paulista de Municípios

Educação é pauta de painéis especiais no 65º CEM

Mediados por Mariza Abreu, professora e consultora especialista em educação, e Beatriz Ferraz, representante da plataforma Lekto de inteligência artificial, os diagnósticos educacionais foram abordados em dois paineis do segundo dia de Congresso Estadual de Municípios, na tarde desta quarta-feira (10), no auditório dois do Taiwan Centro de Eventos, em Ribeirão Preto.

Alicia Freijó Domingues, do Programa Melhoria da Educação em Consórcios Públicos em parceria da Oficina Municipal com o Itaú Social, apresentou dados sobre questões educacionais e protocolos sanitários como reflexo da pandemia. Ela ainda reiterou a desigualdade em relação a níveis de aprendizados, saúde mental e a mudança de comportamento das crianças durante a pandemia da Covid-19.

“Uma questão no pós-pandemia é o diagnóstico individual de cada aluno. Eles não aprendem no mesmo tempo e nem do mesmo jeito. As crianças que não tiveram oportunidade de aprender durante a pandemia precisam ser nivelados. O diagnóstico bem feito é parte importante para que a gente possa fazer um plano real”, afirmou.

Alicia disse ser urgente rever projetos de todas as escolas alinhados à BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Ela apresentou um projeto vivo, que revê a necessidade de aprendizado de cada aluno, trazendo mais foco a sua individualidade. “Se alguns municípios brasileiros conseguiram fazer essa tarefa, acredito que outros também consigam”, completou.

Felipe Elias Miguel, secretário de educação de Ribeirão Preto, expôs mudanças que foram consequências da necessidade pandêmica, como a modernização do ensino digital. “Conseguimos ampliar a jornada escolar, implantando a Jornada Estendida no período pós-pandêmico. As mudanças que vieram como consequência da crise sanitária mundial tiveram seus reflexos positivos. Temos também um programa de promoção de saúde mental, em parceria com a secretaria de saúde”, salientou.

Miguel ainda destacou ações realizadas pela prefeitura de Ribeirão Preto que contribuíram para a melhoria educacional da cidade e a implantação de materiais da língua inglesa, em parceria com a Universidade de Cambridge. “Nossas metas ainda englobam melhorar o desempenho no IDEB (Índices de Desenvolvimento da Educação Básica) e a demanda e o atendimento na educação infantil”.

Flávio Bichuette, do Instituto Hubse, incentivou o uso das tecnologias imersivas como o metaverso. Ele apresentou a necessidade de provocar a criatividade dos jovens, foco do projeto imersivo e norteadores da cultura maker. “Muitas vezes o aluno não tem aptidões em matérias curriculares comuns, mas ao se imergir nessa experiência, estabelece uma paixão com programação. E tudo muda. É necessário adequar a tecnologia e a inovação a sua aplicação, principalmente em termos de realidade imersiva”, explicou.

Laura Marsiaj Ribeiro, CEO e fundadora do Instituto Curiós, comparou dados educacionais internacionais e concluiu o quanto nosso país está ultrapassado no cenário educacional. “Existe uma cultura de isolamento na educação de que o professor fecha a porta da sala e não existe fomentação na troca entre professor e aluno. O professor é a chave para essa transformação de tudo que já foi citado. Quando nós transformamos um professor, transformamos milhares de alunos”, relatou.

Ela também destacou a importância da implantação da tecnologia para alunos e professores, com a necessidade de inovação, mas com instrução. “Não adianta dar um tablet para um aluno e não ensinar a usar. Tem que ter outra forma de inovar. As práticas pedagógicas inovadoras devem seguir a mesma linha”.

Fechando o painel, Beatriz Ferraz apresentou um programa de transformação educativa baseado em evidências, além de propostas em relação a habilidades socioemocionais de alunos.

Texto: Luísa Campos, estagiária UNIFAE

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