O secretário de Estado da Educação de São Paulo, Renato Feder, afirmou que o Estado tem avançado na área do ensino, mas destacou que o grande desafio atual é tornar esses avanços efetivos e sustentáveis. O titular da pasta foi um dos participantes do painel Educação Básica nos Municípios: Gestão, Qualidade e Inovação, que abriu o 67º Congresso Estadual de Municípios.

O representante do governo paulista defende uma mudança cultural na forma de gerir a educação pública, valorizando o bom desempenho e cobrando melhorias onde for necessário. “Quem faz um bom trabalho deve ser reconhecido, quem não faz, merece um puxão de orelha. Quando as pessoas percebem que estão sendo observadas, acompanhadas, o desempenho melhora”, ressaltou.

Um dos exemplos citados por Feder é o programa LeiaSP, que acompanha o desenvolvimento da leitura dos alunos. A iniciativa permite reconhecer e parabenizar os professores pelo progresso de seus estudantes, incentivando a prática e promovendo engajamento.

O secretário também mencionou que uma das formas de recompensar as unidades com melhores desempenhos educacionais foi a criação do Prêmio Excelência Educacional, que prevê o repasse de R$ 100 por aluno para escolas municipais que alcançarem as metas estabelecidas no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp).

Em relação à formação de profissionais, ele mencionou que foi firmada uma parceria com o Sesi para capacitar 140 mil educadores, entre gestores e professores, ao longo de 2025. “São Paulo está no caminho, mas precisa acelerar. Responsabilizar, formar, acompanhar e valorizar são as chaves para uma educação pública de qualidade”, reiterou.

O secretário de Educação da cidade de São Paulo, Fernando Padula, compartilhou algumas experiências com os gestores para enfrentar um problema que aflige muitos prefeitos: a falta de vagas em creches. Para enfrentar esse desafio, a gestão municipal tem apostado em estratégias variadas e no compartilhamento de experiências bem-sucedidas.

Ele enfatizou a importância de os municípios manterem cadastro unificado e preciso, pois há casos em que a mesma criança está registrada na fila de espera de mais uma unidade. “Sem um controle real, é difícil dimensionar a real necessidade”, disse.

A expansão de vagas tem sido feita por diferentes modelos: oferta direta (creches públicas mantidas pelo município), indireta (em prédios públicos com gestão conveniada) e parcerias com instituições, onde o prédio é alugado ou pertence à própria entidade.

“Nosso compromisso é garantir o atendimento na primeira infância, fase que define o futuro das nossas crianças. Para isso, precisamos unir planejamento, investimento e, principalmente, agilidade nas decisões”, reforçou.

Professora, autora e consultora na área da educação, Mariza Abreu atua como assessora da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e é uma voz ativa na defesa de uma educação com equidade e resultados. Para ela, qualidade significa garantir não só o acesso à escola, mas também a permanência, a aprendizagem e a conclusão dos estudos na idade certa.

Apesar da alta taxa de escolarização no ensino fundamental (99% entre crianças de 6 a 14 anos), Mariza alerta para a baixa alfabetização e os desafios de aprendizagem nos anos iniciais. Ela reforça que os municípios precisam atuar com mais efetividade na pré-escola, por meio de busca ativa e estratégias para garantir a matrícula de crianças de 4 e 5 anos, especialmente as mais vulneráveis.

Investimento em infraestrutura

O presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), vinculada à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Fabrício Moura Moreira, mencionou que, desde 2023, foram investidos quase R$ 2,7 bilhões em obras e melhorias na rede estadual de ensino, priorizando ações voltadas à infraestrutura física e tecnológica, com o objetivo de garantir um ambiente escolar mais acolhedor, moderno e eficiente.

“Nosso compromisso é transformar o espaço escolar em um ambiente que motive os alunos a frequentarem a escola e valorizem o aprendizado. Investir na infraestrutura é investir diretamente na permanência e no sucesso dos estudantes”, explicou.

Entre as ações de destaque está a climatização de mil escolas da rede estadual, uma demanda antiga da comunidade escolar, especialmente em regiões mais quentes. A atuação da FDE também se estende aos municípios, com apoio direto à construção de novas creches. Ao todo, 75 unidades já foram entregues e outras 60 estão em construção.

Convênios

Durante o painel, o presidente da APM, Fred Guidoni, assinou dois importantes convênios. Um deles foi firmado com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Trata-se de um acordo de cooperação técnica com foco na valorização da educação pública nos municípios paulistas. A parceria prevê ações conjuntas como organização de eventos, capacitação de gestores e equipes, troca de informações e apoio à implementação de projetos inovadores.

A outra parceria foi fechada com a Cambridge University Press, voltado ao aprimoramento do ensino de inglês nas redes municipais. A parceria inclui apoio técnico gratuito para revisão curricular, avaliação da proficiência dos alunos e formação de professores. “A educação é fundamental, não só para o desenvolvimento humano, mas para o avanço da nossa sociedade organizada e para que nós tenhamos municípios fortes, um estado forte e um Brasil melhor para todos nós”, afirmou.

• FOTOS DO 67º CEM NO FLICKR DA APM

Serviço

67° Congresso Estadual de Municípios

De 26 a 28 de agosto de 2025

Endereço: Praça Charles Miller, s/n Pacaembu, São Paulo – SP

Realização: Associação Paulista de Municípios – APM

Apoio Institucional: Prefeitura de São Paulo, Governo do Estado e Mercado Livre Arena Pacaembu

Patrocínio Master: Loga e Comgás

Inscrições gratuitas e programação completa no site www.apaulista.org.br/67cem