Associação Paulista de Municípios

Tragédia do Litoral Norte é pauta de painel sobre Mudanças Climáticas

O tema “municípios resilientes e adaptação às mudanças climáticas” abriu a tarde de debates da terça-feira (9), no auditório principal do 65º Congresso Estadual de Municípios, que está sendo realizado no Taiwan Centro de Eventos, em Ribeirão Preto-SP.

O sub-diretor do Departamento de Proteção e Defesa Civil de São Paulo, Major PM André Luiz Hannickel, ressaltou como a Defesa Civil atua na resiliência dos municípios de São Paulo e destacou as enchentes ocorridas no Litoral Norte, em fevereiro deste ano – o maior volume de chuvas já registrado na história, causando a morte de 68 pessoas.

O Governo do Estado mobilizou mil pessoas, que trabalharam dia e noite a serviço da comunidade, além de arrecadar alimentos para as famílias afetadas no desastre. Hannickel apontou as prevenções. “Os municípios precisam reconhecer seus riscos e alinhar com o planejamento para que possam criar territórios mais resilientes aos desastres e que eles possam fazer seus planos preventivos”, explica.

O geólogo Agostinho Tadashi Odura, ex-pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnólogicos (IPT) e ex-diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, afirmou que a tragédia do Litoral Norte foi um marco histórico. “Não podemos deixar passar batido e entender como se fosse apenas uma estatística. Temos que avançar em função dessas situações”, comentou Odura.

Também presente na mesa, Alessandra Cristina Corsi, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT), ampliou o foco da discussão. “O último relatório do IPT, dentro dos estudos feitos no Estado de São Paulo, aponta que teremos estágios mais longos de chuva. Por isso os municípios precisam estabelecer seus planos de ação para se tornarem cidades mais resilientes”.

Para Zuleica Goulart, coordenadora do Programa Cidades Sustentáveis (PCS), é preciso ter um olhar diferenciado para quando falamos de sustentabilidade. “Precisamos, também, falar de questões econômicas, ambientais e educacionais. Quando se fala de mudanças climáticas, sabemos que tem raça, gênero e classe social. As pessoas afetadas são as mais vulneráveis”, destacou.

O comando do painel foi da prefeita de São Luiz do Paraitinga, Ana Lucia Sicherle. Também fez parte da mesa a coordenadora de monitoramento e alerta da Sedec – Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, Rosane Duque Vieira.

Felipe Augusto, prefeito de São Sebastião, encerrou dizendo que os municípios têm dificuldades de ordem financeira nestas questões. “Os governos federal e estadual são as grandes alças de apoio dos municípios, mas se não tiverem apoio das instituições no dia a dia, continuaremos discutindo teorias”, concluiu.

Texto: Nestor Ferreira, estagiário UNIFAE

Veja também