Experiência de Campos do Jordão, apresentada por Juliana Cintra, inspira políticas inovadoras de Assistência Social em todo o país
Pelo segundo ano consecutivo, a Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios abriu espaço para que gestoras municipais compartilhassem soluções de Assistência Social que já transformam realidades locais. Realizado na manhã de 21 de maio, o “2º Encontro Municipal de Primeiras-Damas: trabalhando pelo fortalecimento da proteção social nos Municípios” — iniciativa do Movimento Mulheres Municipalistas (MMM) — manteve o auditório lotado durante todo o evento.
Na cerimônia de abertura, a presidente do MMM, Tania Ziulkoski, ressaltou a atuação pioneira da Confederação Nacional de Municípios (CNM) na promoção da igualdade de gênero na gestão pública. “Hoje alinhamos ainda mais a entidade às tendências globais que impulsionam a liderança política das mulheres, especialmente nas pautas sociais”, afirmou. Para Ziulkoski, a programação do encontro funcionou como “verdadeira vitrine de casos de sucesso”, além de provocar reflexões sobre os desafios que permanecem.
Juliana Cintra apresenta resultados de Campos do Jordão
Entre as experiências de destaque, brilhou a apresentação de Juliana Cintra, ex-primeira-dama de Campos do Jordão (SP) e esposa do presidente da APM, Fred Guidoni. À frente do Fundo Social de Solidariedade do município até 2020, Juliana detalhou programas que ampliaram a rede de proteção a crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade.
“Fundos sociais, quando bem estruturados, são instrumentos potentes para assegurar direitos e gerar oportunidades — sobretudo na primeira infância”, pontuou Juliana, que também reforçou a importância da articulação com secretarias municipais e organizações da sociedade civil.
Sua intervenção recebeu forte adesão do público, que enxergou na experiência jordanense um modelo replicável em cidades de diferentes portes.
Da região Norte, Celsa Brito, secretária de Trabalho e Assistência Social de Santarém (PA), apresentou o êxito do município como referência nacional na modalidade indígena do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Ela atribuiu parte desses resultados ao apoio técnico da CNM e ao espaço dado pelo MMM para difundir a iniciativa.
Já na segunda parte do encontro, as prefeitas Lúcia Lacerda (Pimenteiras-PI) e Aline Ruthes (Major Vieira-SC) mostraram, respectivamente, a atuação do Conselho da Mulher Municipalista no Piauí e a pesquisa histórica sobre prefeitas catarinenses, registrada no livro Prefeitas de Santa Catarina — trajetórias de vida e na política, fruto de parceria entre a Fecam e a UFSC. Para Lacerda, “ocupar espaços de poder é um direito de maioria populacional feminina”; para Ruthes, contar essas histórias “é fundamental para inspirar novas gerações”.
Moderado pela consultora da CNM Rosângela Ribeiro e pela analista técnica do MMM Thais Mendes, o debate percorreu temas como:
– Marco legal da Assistência Social (LOAS);
– Estruturação de Planos Municipais baseados em evidências;
– Identificação de demandas prioritárias e oportunidades de captação de recursos.
Ambas as mediadoras defenderam que difundir objetivos e diretrizes claras fortalece o vínculo entre a população e seus direitos sociais. “Falar de redes de proteção é, também, falar de relações sociais e de cidadania”, sintetizou Mendes.
MMM: seis anos impulsionando o protagonismo feminino
Fundado em 2017 por Dalva Christofoletti e Tania Ziulkoski, o Movimento Mulheres Municipalistas segue como o primeiro movimento municipalista feminino apartidário do país. Presente no Conselho Político da CNM, o MMM une prefeitas, vice-prefeitas, vereadoras, secretárias e primeiras-damas em prol do fortalecimento da pauta municipalista e da ampliação da participação das mulheres no poder.